Graduanda
Ele constata que os grandes cientistas que estabeleceram e mapearam o campo teórico em que ainda hoje nos movemos viveram ou trabalharam entre o século XVIII, e os primeiros vinte anos do século XX, de Adam Smith e Ricardo a Lavoisier e Darwin, de Marx e Durkheim a Max Weber e Pareto, de Humboldt e Planck a Poincaré e Einstein.
Em termos científicos estamos no século XIX.
O tempo presente está descompassado em relação a tudo que o habita, cheio de ambiguidades.
É um período de transição, difícil de entender e de percorrer, é necessário voltar à capacidade de formular perguntas simples, capazes de trazer uma luz nova à nossa perplexidade
Rousseau fez as seguintes perguntas: há alguma relação entre a ciência e a virtude? Há alguma razão para substituirmos o conhecimento vulgar que temos da natureza e da vida, pelo conhecimento científico produzido por poucos e inacessível à maioria? Contribuirá a ciência para diminuir o fosso entre o que se é, e o que se aparenta ser, entre a teoria e a prática?
Perguntas simples a que Rousseau responde, de modo igualmente simples, com um redondo NÃO.
Perdemos a confiança epistemológica.
Duzentos anos depois, as nossas perguntas continuam a ser as de Rousseau. Estamos no fim de um ciclo de hegemonia de certa ordem científica.
Neste texto Boaventura de Sousa Santos vai:
1) Caracterizar a ordem cientifica hegemônica, e os sinais dessa crise.
2) Mostrar a falta de sentido entre a distinção entre Ciências Naturais e Ciências Sociais. E a síntese que há que operar entre elas que terá como polo catalisador as Ciências Sociais.
4) As Ciências Sociais terão de recusar todas as formas de positivismo lógico ou empírico, e revalorizar os estudos humanísticos.
5) Esta síntese não visa uma ciência unificada, mas um conjunto de galerias temáticas onde vai convergir objetos teóricos estanques;
6) A medida