graduado

Greg Urban. A historia da cultura brasileira segundo as línguas nativas.

A proposta de Urban no artigo aqui abordado está em tentar conhecer a história das regiões de origem, padrões de dispersão e adaptações ao meio ambiente de alguns povos pré-colombianos que habitavam o atual território brasileiro de cerca de 4000-5000 a.C., até o período recente. Para tanto, utiliza o método que ele chama de “método da reconstrução”, que consiste em estudar comparativamente as línguas dos troncos linguísticos Tupi, Arawak, Jê e Karib, suas relações internas e entre seus subgrupos linguísticos.
Urban demonstra em seu artigo a importância de se estudar as línguas indígenas, pois ao se considerar a diversidade lingüística dos povos indígenas nos ajuda a entender a história desses povos. Isso é possível porque as línguas normalmente ficam ligadas aos povos por muitos séculos, de modo que a história das línguas reflete a história dos respectivos povos. Como todo procedimento classificatório, a classificação das línguas em famílias e troncos genéticos organiza o conhecimento sobre elas e sobre os povos que as falam. Os dados que os lingüistas oferecem são aferidos a partir da descrição das línguas. (viajantes cronistas, antropólogos).
Hoje são faladas na Amazônia cerca de 250 línguas indígenas, sendo que cerca de 150 em território brasileiro. Estima-se que, na Amazônia brasileira, o número de línguas e de povos teria sido de 700 pouco antes da penetração dos portugueses. A Amazônia hoje é uma das regiões de maior diferenciação lingüística do mundo, com mais de 50 famílias lingüísticas.
Urban comenta o procedimento técnico de reconstrução de línguas utilizado pelos linguistas, que consiste basicamente em: Juntar listas de palavras das línguas que serão comparadas; isolar correspondências de sons; estabelecer um proto-vocabulário; identificar os cognatos (palavras derivadas). Este método permite comprovar quando um grupo de línguas modernas descende de um ancestral