Golpe da legalidade

Golpe da Legalidade

O presidente Jânio Quadros, eleito em 1960 pela UDN, assumiu o poder como um novo meio, capaz de resolver graves problemas de ordem social. O vice-presidente era João Goulart pertencente à coligação PSD-PTB, principal adversário eleitoral do partido de Jânio. A população esperava o fim das crises sociais, e era essa a imagem que o novo presidente passava. Tudo mudou quando os alimentos básicos dos brasileiros elevaram os preços, de tal forma, que a situação passou a ser discutida como um grande problema. O novo governo parecia incapaz de dissipar a crise econômica e controlar a inflação que assolava o país, assim, passou a sofrer pressões sociais cada vez mais evidentes. Jânio Quadros mantinha o Congresso Nacional fora de suas decisões governamentais, sustentava relações com a URSS, e apoiava o comunista Che Guevara. Sete meses após a posse, Jânio entregou um pedido de renúncia ao Congresso, esperando que a população fosse às ruas pedindo sua permanência no governo. Mas isto não aconteceu. Como o vice João Goulart estava na China, temporariamente assumiu o presidente da Câmara, Raniere Mazzilli. Voltando ao Brasil, Jango foi impedido pela UDN e pelos militares de assumir o poder. O governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, iniciou um movimento com base na constituição, alegando que era lei que o vice-presidente assumisse, caso ocorresse algo com o presidente. Brizola passou a discursar nas rádios locais defendendo a legalidade, o que acabou mobilizando a população. Em 28 de agosto de 1961, Brizola reuniu em frente ao Palácio do Piratini a brigada militar e a população; que enfrentou o exército pela posse do vice-presidente. Mesmo assim, a posse de João Goulart só foi aceita quando foi instituído o parlamentarismo no Brasil, desse modo, Jango governaria chefiado por um primeiro-ministro. A inflação e o déficit só aumentavam no país. Em 1962, o ministro do planejamento, Celso Furtado,