Campanha da Legalidade
Segundo o historiador Jorge Ferreira, "A Campanha da Legalidade foi um período de exceção e não de normalidade, só tendo sido possível porque a sociedade civil se organizou em favor da democracia e da legalidade". Um dos temas abordados pelo pesquisador foi o de que é um mito a afirmação de que o episódio ocorreu apenas no Rio Grande do Sul. "O "start’ foi aqui, mas mobilizou todo o Brasil, lembrando que o estado do Rio Grande do Sul apoiou de forma bastante resistente a Campanha da Legalidade. Vale ressaltar o forte sentimento da legalidade na sociedade brasileira naquele momento. "A Campanha da Legalidade deixou uma lição: não basta ter generais para que haja golpe. Deve haver apoio da sociedade para que o mesmo ocorra. Os golpistas fracassaram porque a sociedade civil se manifestou contra. E o de 1961 foi exemplo disso. A direita aprendeu com o golpe de 1961." O autor do livro "Jango, uma biografia" abordou o assunto da Campanha da legalidade, frisando que é um tema pouco estudado no Brasil. E explica o porquê: "Os historiadores brasileiros não têm interesse em pesquisar a década de 1940, o que faz com que eles não se interessem em estudar a respeito da Campanha da Legalidade. Então, esse período acaba sendo analisado pelos nossos colegas das Ciências Políticas, da Sociologia e do Jornalismo". Ferreira abordou ainda a figura de três personagens fundamentais do período da Campanha da Legalidade, em 1961: O general-comandante do III Exército, Machado Lopes; o pivô do início do movimento de resistência no Rio Grande do Sul, Leonel Brizola e João Goulart. "Machado Lopes teve que enfrentar uma sociedade civil organizada, armada. E não só isso. Teve que lidar com uma sociedade determinada. Para conter a situação de revolta da época, ele teria que fazer uma chacina. Só assim colocaria "ordem’. Teria que matar milhares. Eles sabiam disso. Então, Machado Lopes agiu com o bom senso. Foi cúmplice da legalidade, em vez de aceitar ordens absurdas e ter