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A “Novembrada”: O General Henrique Teixera Lott e o golpe preventivo
Quase um ano após o suicídio de Vargas, o país ainda vivia o trauma politico de 1954, com instabilidade na politica e clima de radicalização. E nas eleições de outubro de 54 nem trabalhistas, nem udenistas conseguiram atingir seus objetivos. Udenistas diminuíram sua bancada na Camâra dos deputados, enquanto trabalhistas aumentaram em apenas 5 lugares e PSD de 112 para 114 (partido com maior número de cadeiras).
“Na presidência da República, Café Filho organizou um ministério com personalidades antigetulistas”, dentre elas havia destaque para o general Lott. Assim, igualmente como no governo Dutra, os udenistas voltavam ao poder, embora desta vez sem vitorias eleitorais. Ao longo dos meses a crise politica tendeu a aprofundar-se. PSD lançou JK como candidato das eleições de 1955. No entanto, o candidato era visto por muitos como getulista e esquerdista causando muita polêmica entre udenistas e facções dentro de seu próprio partido. A aliança com Joao Goulart, como vice de sua chapa, e o apoio de Luis Carlos Prestes só acrescentaria argumentos aos conservadores. “Na UDN havia o receio da competição eleitoral, pois a aliança PTB-PSD surgia como imbatível, sobretudo por resgatar a obra de Vargas.” O quadro político que se formava para as eleições de outubro de 1955 era de radicalização. Conservadores defendiam a suspensão das eleições. “Carlos Lacerda, líder da extrema-direita e ala golpista da UDN, questionava as razões que levavam os chefes militares a permitirem a realização das próximas eleições presidenciais, sobretudo porque o eleito seria produto da “fraude”, da “demagogia” e de “práticas sujas.” Na visão do general Canrobert, o dilema era entre uma pseudolegalidade e um retorno a moralidade democrática através de uma ferramenta aparentemente ilegal. Tais declarações, que tiveram apoio de Carlos Lacerda, tiveram grande impacto na vida politica do país.