Globalizacao e diversidade cultural da américa latina
Nesse sentido, a idéia de que as diferenças culturais estão se diluindo ou simplesmente organizando de modo novo os conflitos internacionais se choca também com a noção que, reconhecendo a importância da diversidade cultural, identifica nos efeitos da globalização ameaças e oportunidades que não podem ser desprezadas. Ao empreender uma ampla unificação de mercados e, ao mesmo tempo, a conseqüente padronização de hábitos de consumo, acelerando a sua massificação em escala mundial, seja em função das recentes transformações tecnológicas que atingem os meios de comunicação, seja pôr causa da tendência de fusão de indústrias culturais como a do audiovisual e da informática, a globalização não só ameaça as diferenças culturais entre os povos mas, criando meios novos e mais ágeis de comunicação entre eles, suscita o risco de uniformização cultural; essa uniformização comprometeria as identidades culturais e alguns autores acreditam que, por essa via, colocaria em questão a própria soberania das nações (Bayardo & Lacarrieu, 1998; Featherstone, 1990; Tomlinson, 1999).
Essa circunstância decorre do fato de que os países diferenciam-se desigualmente em função de sua capacidade de absorção de conhecimento e de avanços tecnológicos que afetam a distribuição de bens e serviços culturais: os países pequenos (e, muitas vezes, também os médios) resistem mal ou não resistem à introdução de valores culturais que, resultantes dos esquemas de produção das grandes nações, embaralham ou dissolvem os valores locais; tais processos, ao abrir a possibilidade de uma nova era de comunicação entre os povos, com a possibilidade de favorecer a criação de um ambiente mais favorável ao desenvolvimento dos processos criativos do que se costuma designar como cultura erudita e cultura popular, também universalizam valores muitas vezes desconexos de suas raízes locais e nacionais. Assim, considerando o impacto provocado pelas indústrias culturais, e