A Pesquisa em Comunicação e a Globalização comunicacional na América Latina.
Sem reivindicar uma teoria latino-americana da comunicação com estatuto epistemológico e teórico, reconhecemos, sim, um campo de estudo em torno da comunicação que foi adquirindo no transcorrer das últimas quatro décadas, contornos próprios, pelo modo como as teorias existentes foram sendo assimiladas e pela introdução de problemáticas típicas deste continente. Explica então Christa Berger no texto “A Pesquisa em Comunicação na América Latina” que, portanto, É possível contar a trajetória dos estudos latino-americanos, através da identificação dos centros de estudo que deram rumo à reflexão; pelos temas que obtiveram adesões significativas e pelos autores que mais produziram e marcaram a área, obtendo, assim, um mapa da pesquisa em comunicação na América Latina. O que subjaz na produção teórica da comunicação na região são demandas econômicas ou políticas mais do que inquietações científicas, como aconteceu também com o desenvolvimento da Communication Research nos Estados Unidos e com a produção da Escola de Frankfurt na Alemanha. Neste sentido, a condição de de pendência, como componente estrutural da sociedade latino-americana, geradora de uma cultura do silêncio e da submissão, mas, também, de denúncia e de luta, impregna a trajetória destes estudos. Ao empreender a viagem de retorno ao nosso passado teórico buscando as pegadas deixadas pelos fundadores, observamos com Beltrán (1980) que desde a década de 30 encontram-se estudos sobre jornalismo vinculados a discussão sobre a liberdade de imprensa e legislação. O método historiográfico e bibliográfico prepondera e nada indica que um campo de estudo específico se faz necessário. É pela tradição de transpor e incorporar questões alheias que a influência norte-americana ingressa na América Latina trazendo junto com os temas, os métodos e as premissas das