GIRIAS
Este trabalho tem como objetivo informar ao leitor a concepção de leitura que norteia várias pesquisas realizadas no nosso país como também no exterior (Colomer & Camps, 1996; Dias, Moraes & Pessoa 1995; Ferreira, 1998, 2004; Ferreira & Dias, 2002a; 2002b; Marcuschi, 1985, 1989,1996; Silva, 1996; Smith, 1999; Solé, 1998; Tolchinsky & Pipkin, 2001; Tolchinsky & Simó, 2001). Também discorre sobre as concepções de língua, texto, contexto e gênero textual que estão fundamentadas na perspectiva de linguagem como interação e a leitura como um processo que envolve, dentre outras competências, a construção de sentido.
Comunicação escrita
É no intuito de se comunicar com os outros que o ser humano cria e utiliza variadas formas de linguagem. É através delas que o homem se comunica, tem acesso a informações, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Porém, para que a comunicação estabeleça-se é necessário que os interlocutores atribuam sentido ao texto (falado ou escrito), tornando-o compreensível.
Deste modo, a capacidade de compreender apresenta-se como um fator crítico da comunicação humana, pois é através dela, que os significados transmitidos pela cultura tornam-se acessíveis aos indivíduos que compartilham de uma mesma língua, revelando-se aqui, a função de pensamento generalizante da linguagem.
No que tange à comunicação oral, que se caracteriza pelo encontro face a face entre os interlocutores, estes têm à sua disposição pistas não-verbais, como por exemplo, a prosódia e a gestualidade, que os ajudam a construir o sentido da mensagem. Neste tipo de comunicação, os seus participantes têm a possibilidade do diálogo imediato, que lhes permite intervir no processo de produção textual e a superar os prováveis problemas de compreensão no momento e na situação em que eles ocorrem.
Por outro lado, na comunicação escrita, as pistas paralingüísticas não estão presentes. A possibilidade de diálogo