Gilberto freyre - casa grande e senzala
Em 1933, quando Gilberto Freyre publicou Casa-grande e senzala, o país vivia um momento de transformação: Estrutural – alterando-lhe não apenas a estrutura econômica, mas também as instituições sociais e políticas – e cultural, assimiladas as conquistas estéticas renovadoras da Semana de Arte Moderna, procurava-se agora a discussão da realidade brasileira. Nos meios letrados, havia uma necessidade de compreender o país e suas possibilidades, esse anseio teve como canal mais forte de expressão o romance, representado por nomes como José Lins do Rego, Erico Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos etc., à sua sombra propagou-se outro gênero, o ensaio, que visava esmiuçar e repensar aspectos da realidade do Brasil de forma direta. Tendo então como expoente jovens autores que propunham enfoques renovadores de nossos fenômenos históricos, econômicos, sociológicos, antropológicos, educacionais etc., sobressaem-se nomes como Caio Prado Jr., Fernando de Azevedo, Sérgio Buarque de Holanda, dentre outros. Sendo dentre todas as obras, Casa-grande e Senzala, a que mais resistiu à passagem do tempo. Seu autor, Gilberto Freyre, filho da oligarquia tradicional pernambucana e descendente direto de senhores de engenho, pertencia a uma classe em derrocada da aristocracia rural que buscava permanecer a sombra do poder, o que tornou sua obra por vezes antagônica. Segundo o historiador Carlos Guilherme Mota: “Freyre oscila entre a saga da oligarquia e o desnudamento da vida interna do estamento ao qual pertence.”. Desse modo, sua obra tornou-se uma das mais emblemáticas que o país já viu, concedendo a Freyre o papel de explicar o Brasil aos brasileiros, como estudaremos a seguir.
2. ANÁLISE DE CASA-GRANDE E SENZALA
3.1. Principais contribuições
Freyre estuda a estrutura da sociedade brasileira, que em 1532 começa a se fundar sustentando-se na produção do açúcar, exploração do negro e na hibridez de sua composição. Mostra- nos como a exploração