gestão democratica
ISSN 1809-4651
Gestão democrática da escola pública: possibilidades e limites
Marcos Vinicius Conçeição
Mestrando em Educação joiamvc@yahoo.com.br Universidade Federal de Santa Maria, RS
Clarice Zientarski
Mestranda em Educação czientarski@yahoo.com.br Universidade Federal de Santa Maria, RS
Sueli Menezes Pereira
Doutora em Educação sueli@ce.ufsm.br Universidade Federal de Santa Maria, RS
Introdução
O presente artigo apresenta alguns questionamentos a respeito da gestão democrática da escola pública, no intuito de construir um entendimento e apontar algumas alternativas para os principais problemas na implantação desta
proposta
determinada
pela
Lei
9394/96
em
conformidade
com
os
princípios
constitucionais de 1988.
Entendendo gestão democrática como a participação consciente do coletivo escolar em busca de uma identidade para a instituição educativa que responda aos anseios da comunidade, pretendemos analisar as políticas educacionais a partir do contexto macro político e econômico buscando aí elementos para uma compreensão das mudanças no âmbito da gestão escolar, bem como as limitações institucionais para a operacionalização desta proposta.
A escola, enquanto instituição inserida numa sociedade capitalista aparece como uma instituição neutra dissociada de qualquer influência social. Isto é referendado por
Althusser (1987), quando afirma que na
ideologia capitalista tecnoburocrática, a escola está representada como "neutra, desprovida de ideologia", já que é necessário ao regime burguês camuflar os conflitos de interesses sociais.
Este caráter neutro, a ela imputado, faz com que a escola sofra enormes pressões de diferentes segmentos incorporando os valores desta sociedade, o que a confirma como uma instituição política destituída de qualquer neutralidade. Neste contexto a instituição educativa sofre pressões externas e a sociedade tem