Gestão de pessoas
Desde o primeiro tratado de administração produzido pelo engenheiro francês Henry Fayol, que reuniu e enunciou idéias e princípios dos grandes chefes industriais, muitos conhecimentos têm sido produzidos nessa área. Gerentes e dirigentes, animados pela necessidade de fazer convergir interesses, muitas vezes distintos dos empregados com os objetivos organizacionais, têm buscado utilizar em suas áreas de trabalho esses conhecimentos, visando a uma gestão cada vez mais profissionalizada e competente. Posto dessa forma, parece que estamos diante de círculo virtuoso: saberes são produzidos pelos fazeres que, refletidos, produzem outros saberes. Porém, não é preciso um olhar muito atento no cotidiano das organizações para perceber que há algo errado. Apesar das promessas otimistas contidas nos diversos modelos de gestão, muitas pesquisas têm mostrado efeitos danosos nas pessoas dentro dos ambientes de trabalho: insegurança, medo, angústia, alienação, humilhação, sensação de impotência. Por que modelos de gestão que prometem o envolvimento de empregados cada vez mais felizes e participativos com os objetivos organizacionais têm produzido tais efeitos?
Sem a pretensão de responder completamente à questão ou esgotá-la, propomos uma reflexão sobre o ambiente em que esses conhecimentos de gestão têm sido produzidos, ensinados e utilizados. Acreditamos que aí encontraremos algumas respostas que podem ser úteis para repensarmos nossa atuação como gestores desses que são considerados como o grande diferencial das organizações: as pessoas.
Será que estamos numa Matrix?
Desde o advento das primeiras máquinas utilizadas nas empresas, o ambiente produtivo tem passado por transformações significativas. Para muitos, essa mecanização trouxe ganhos elevados para a humanidade, tirando-nos da posição de competidores com a natureza para a de senhores virtuais dela.
Contudo, esse progresso trouxe consigo algumas conseqüências: passamos