Gerente e lider
É enorme a diferença entre gerentes e líderes. As metas de um gerente nascem da necessidade, não do desejo. É um tipo excelente para desarmar conflitos entre indivíduos ou departamentos, aplacar as partes e garantir que a rotina de negócios da empresa seja cumprida. Já o líder adota atitudes pessoais e ativas em relação a metas. Busca oportunidades e recompensas onde os outros não as enxergam, inspirando subordinados e atiçando o processo criativo com sua própria energia. O relacionamento com subordinados e colegas é intenso e o ambiente de trabalho costuma ser caótico.
Em um artigo publicado originalmente em 1977, o especialista Abraham Zaleznik afirma que a empresa precisa tanto de gerentes quanto de líderes para sobreviver e prosperar. Mas, nas maiores organizações americanas da época, uma “mística gerencial” parecia perpetuar o desenvolvimento da personalidade gerencial, do indivíduo que depende de padrões organizados de trabalho e luta para mantê-los. A ética do poder gerencial favorece a liderança coletiva e busca evitar riscos.
Essa mesma mística gerencial pode sufocar o desenvolvimento do líder. Afinal, como desenvolver o espírito empreendedor se ele está submerso num ambiente conservador e não recebe atenção pessoal? Embora a ação de um mentor seja crucial para o desenvolvimento da personalidade de liderança, tais relações não são estimuladas em organizações grandes, burocráticas.
Toda empresa precisa buscar maneiras de treinar bons gerentes e, ao mesmo tempo, desenvolver líderes. Sem um sólido arcabouço organizacional, até o líder mais brilhante pode acabar patinando, frustrando colegas e conquistando pouco. No entanto, sem a cultura empreendedora que brota quando um líder está no comando da organização, a empresa fica estagnada e perde rapidamente sua força