geografia e suas metodologias
Suzana Maria Coelho
Eno Kohl
Faculdade de Física PUCRS
Silvia Di Bernardo
Escola de Ensino Básico Rainha do Brasil
Lilian Cristina Nalepinski Wiehe
Colégio Estadual Júlio de Castilhos
Porto Alegre RS
Resumo
Propõe-se a iniciação de alunos do ensino fundamental em atividades científicas, tendo-se por base o estudo de dificuldades (obstáculos) e facilidades (precursores) evidenciadas nos alunos em termos de atitudes, metodologia experimental e conceitos científicos. Os dados foram coletados em um contexto de sala de aula, através do registro de debates em pequenos e grandes grupos, observações e relatórios escritos. Constata-se a viabilidade de planejamento e aplicação de atividades didático-pedagógicas, bem como de elaboração de objetivos instrucionais conceituais, metodológicos e de atitudes, levando-se em conta a existência de precursores e obstáculos. Sugere-se uma nova abordagem no que se refere à forma de construção de objetivos e estratégias de ensino, os quais deixariam de ser estabelecidos a priori pelo professor para serem construídos, levando-se em conta a própria dinâmica dos processos pedagógicos. Corrobora-se a hipótese de que existem níveis de formulação correspondentes a cada objetivo e que a evolução do aluno, de um nível para o outro, não é linear.
1 Os resultados deste trabalho foram parcialmente apresentados na 50a Reunião da SBPC, UFRN,
Natal, 1998.
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Cad.Cat.Ens.Fís.,v.17, n.2 p.122-149, ago.2000.
I. Introdução
Um dos campos mais férteis de pesquisa em didática das ciências tem sido o estudo das concepções alternativas dos alunos em diversas áreas do conhecimento.
Estas concepções são apreciadas considerando-se seu desvio em relação ao pensamento científico. No entanto, a identificação destas dificuldades, por si só, não leva à construção do conhecimento.
Astolfi (1991),