Metodologia da geografia agrária
Orlando Valverde
Tanto no estudo da Geografia agrária, como no da Agronomia, sempre é reconhecida a marcada influência do meio natural sobre a diversificação regional da agricultura. É óbvio que para estudar a exploração agrícola é indispensável um conhecimento, o mais acurado possível, do solo, da geologia, do relevo, do abastecimento de água natural, do clima, da vegetação. Waibel, de modo especial, insiste muito sobre o conhecimento, que se faz mister, da fitogeografia e da zoogeografia, já que a Geografia agrária estuda os sistemas de produção de determinadas espécies animais e vegetais, geneticamente vinculados à flora e à fauna existentes. Além disso, a natureza viva e o solo são como que resultantes da ação de um complexo dinâmico integrado pelos outros fatores naturais mencionados. O estado da correlação e inter-relação desses elementos poderá ser um indicador das possibilidades econômicas de aproveitamento agrícola de uma região. O conhecimento das formações e associações vegetais é particularmente importante num país como o Brasil, onde quase não existem cartas de solos em escalas apropriadas ao planejamento agrícola. Por outro lado, o estudo da ação modificadora do homem por motivos de ordem econômica, social, histórica e religiosa, só recentemente vem merecendo maior atenção, apesar de constituir campo de interesse da Geografia econômica e humana. Os três aspectos da Geografia agrária – o estudo da geografia agrária comporta, segundo Waibel, três tratamentos diferentes, que se denominam respectivamente: Geografia agrária estatística, Geografia agrária ecológica e Geografia agrária fisionômica. De todos eles o mais antigo é a chamada Geografia agrária estatística. Ela se limita, desde o início, a representar cartograficamente a distribuição das áreas de produção agropecuária, tais como trigo, milho, feijão, carne, leite, lã etc., e procura, quando muito, explicá-la. A representação