GenÉtica - escolhas que nossos avós não faziam

GenÉtica – escolhas que nossos avós não faziam Informações geradas com o avanço da genética podem abalar alguns dos valores da sociedade. Com isso, torna-se indispensável a reflexão sobre dilemas e questionamentos éticos criados pelos avanços na área, como por exemplo, a possibilidade do análise do Genoma Humano a um custo cada vez mais acessível. Escrito por Mayana Zatz, coordenadora do Centro de estudos do projeto Genoma Humano do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, o livro conta com impasses e dilemas por conta dos inúmeros casos intrigantes do trabalho de Mayana como geneticista. Ao longo de seus treze formidáveis capítulos que abordam, por exemplo, princípios da privacidade e confidencialidade do DNA, perguntas foram apresentadas, sendo estas mais intrigantes que as respostas. Com tais perguntas e respostas, torna-se evidente como essa área da Ciência gera cada vez mais questões que devem ser debatidas por diferentes setores da sociedade, contando sempre com a parte ética. Um dos casos que mais me chamou atenção foi o apresentado no quinto capítulo que se refere à escolha do bebê. Descreve o caso de um casal que, por motivos culturais, teriam de gerar um filho homem para a herança paterna, sendo que já tinham duas filhas meninas e se viesse outra, segundo o pai, iria fazer o aborto e o repetiria até que conseguissem um filho homem; portanto, se a clínica não estivesse de acordo com a realização da técnica, estariam coagindo com o aborto, ilegal. Um dos motivos que empresas criaram métodos como o MicroSort para a escolha do sexo do bebê é o “equilíbrio familiar” para famílias que querem ter uma menina, por exemplo, por já terem muitos homens na família. Mas será que esse é um ato que trará de fato equilíbrio para a família? E será que essa “regra” é seguida à risca? E tais preocupações culturais ou familiares não são antiéticas? Não se tratam de motivos fúteis? Para cada assunto abordado, a autora busca explicar os fundamentos