Artigo
História da Ciência, Bioética e Genética: dilemas e debates contemporâneos
ZATZ, Mayana. Genética: escolhas que nossos avós não faziam. São Paulo: Editora Globo, 2011. 202 páginas.
Luiz Henrique de Lacerda Abrahão Professor do Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG Campus Ouro Preto Doutorando em Filosofia – UFMG luizpaideia@hotmail.com
O aforismo 248 do livro A Gaia Ciência de Friedrich Nietzsche traz esta indagação: “De 226 que vale um livro que não nos transporte para além dos livros?”. Partindo desse critério, o recente trabalho Genética – escolhas que nossos avós não faziam1 da consagrada cientista brasileira
Mayana Zatz possui um enorme valor. Afinal, desde as primeiras páginas dele nos sentimos impelidos a buscar novas informações (em livros, claro, mas não apenas...) e a travar diálogos com amigos, professores e familiares a respeito das inusitadas situações e dos difíceis casos relatados pela geneticista. Nas suas pouco mais de duzentas páginas o estudo de Zatz tanto coloca o leitor instruído frente a dilemas éticos inquietantes quanto obriga o apreciador leigo a pensar os rápidos e irreversíveis achados atuais das ciências biomédicas.
Genética começa com duas curtas e elogiosas apresentações as quais, em síntese, situam as imbricações entre a ciência e as questões que envolvem o Direito e decisões éticas. Ambos os textos indicam como a jurisprudência brasileira encontra-se atrasada em relação aos avanços e implicações contemporâneas das biociências. Os treze capítulos da obra se desenvolvem sem tecnicismos desnecessários e, com acerto, a autora dispensa desviantes notas de rodapé ou pilhas de referências para consulta. As partes do volume podem ser lidas separadamente sem grandes prejuízos (embora ocasionalmente umas remetam às outras) e um instrutivo glossário de termos
1 ZATZ, Mayana. Genética: escolhas que nossos avós não faziam. São Paulo: Editora Globo, 2011.
Temporalidades – Revista Discente – UFMG
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