Funk carioca
O presente trabalho tem como objetivo elucidar os principais caminhos e obstáculos encontrados pelo funk carioca desde as primeiras manifestações do movimento até os dias atuais. Também serão contempladas as principais transformações que foram propiciadas a partir da disseminação deste ritmo musical as questões jurídicas interferiram e dificultaram a manifestação cultural em pauta. Ou seja, a relevância do tema será abordada junto à visão de quais atravessamentos os bailes funk proporcionaram para mudanças no panorama cultural dentro e fora das favelas cariocas. A usual repressão ao ritmo, tanto junto aos que promovem o som, quanto aos que apenas ouvem o mesmo será avaliada segundo uma ótica imparcial que contemplará todos os lados envolvidos.
A ascensão do funk no Rio de Janeiro
O processo que levou ao agigantamento do ritmo Funk, e o entranhou definitivamente como segmento cultural digno de nota no Rio de Janeiro, remonta às décadas de 1960 e 70, quando, nos Estados Unidos, eram produzidos arranjos musicais que repaginavam o Soul, com batidas mais pesadas e menos marcadas. Tais arranjos recebiam então a denominação de Funky que tão logo mereceu a atenção de produtores cariocas que passaram a promover bailes pela zona norte do Rio de Janeiro difundindo-o pelo subúrbio.
Como toda e qualquer manifestação cultural, suas origens e motivações são indiscutivelmente enraizadas num ponto comum, no caso estruturado na cultura norte americana, no entanto seu processo de transição e constante transformação é também indissociável e, como destaca Martins torna-se notável a trajetória de nacionalização deste estilo musical, que tem como componente direto e os festivais de galera que “foram em grande parte responsáveis pela explosão da primeira onda do funk carioca em sua fase nacional, no final dos anos 80 e início dos 90.” ( 2006, p. 24)
De seu embrionário processo de nacionalização na década de 80, até os dias atuais, o Funk sofreu tangíveis transformações,