Fundos abutres
Nos Estados Unidos, são conhecidos como "fundos abutres" aqueles fundos que gostam de carniça -comprar empresas quebradas ou papéis que viraram pó, apostando em alguma recuperação de valor. São ousados, buscam margens ultra-elevadas de retorno. É o caso do Ashmore, fundo londrino que comprou bônus de empresas privadas argentinas no auge da moratória. Da CIESA, holding controladora do maior gasoduto da Argentina, eles compraram 250 milhões de dólares de bônus por 65 milhões. Agora o Ashmore acaba de comprar a massa falida da Enron, por US$ 2,9 bilhões. Junto, entrou a Elektro, terceira empresa elétrica do Estado de São Paulo.
O Fundo MatlinPetterson, que adquiriu a VariLog pertence a essa família dos "fundos abutre", e é dos maiores e dos mais audaciosos.
'Fundos abutres' já rondam a dívida da OGX
Investidores se preparam para renegociar débitos, inclusive com a participação de grupos especializados em comprar papéis de empresas em crise
CYNTHIA DECLOEDT, FERNANDA GUIMARÃES - O Estado de S.Paulo
Investidores estrangeiros já se posicionam para uma eventual reestruturação da dívida da OGX, que tem cerca de US$ 3,6 bilhões em títulos, com vencimento em 2018 e 2022. Analistas acreditam que a empresa não estará apta a cumprir todos os seus compromissos, mesmo se colocar à venda alguns de seus ativos ou exercer a opção de put, ou seja, houver uma injeção de capital de US$ 1 bilhão por Eike Batista, controlador da companhia.
Além dos bônus estarem sendo negociados em níveis de preço que embutem a possibilidade de reestruturação da dívida, a liquidez tem sido elevada nas pontas de compra e de venda, indicando a presença de fundos especializados em papéis que estão prestes a serem reestruturados, chamados no mercado de "fundos abutres".
"Normalmente esses fundos começam a comprar papéis para serem maioria em uma situação de reestruturação, que pode envolver processos judiciais", explicou a operadora sênior de dívida do CreditAgricoleSecurities,