Análise do conto “corações e abutres” (jorge fernandes)
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS
DISCENTES: ELAINE ALVES, WILLIAM BRENNO OLIVEIRA
DOCENTE: HUMBERTO HERMENEGILDO ARAÚJO.
ANÁLISE DO CONTO “CORAÇÕES E ABUTRES” (JORGE FERNANDES)
NATAL-RN
Junho de 2009.
A cisma de um matuto caçador de corações perversos: uma breve análise do conto “Corações e abutres”.
Tomando-se como ponto de partida o fato de que o movimento modernista brasileiro problematizou e rearticulou elementos implicados na formação do sistema literário nacional, e considerando que a partir da segunda metade da década de 20 ocorreu uma descentralização desse movimento, é possível pesquisar sobre o modo como se deu, nas suas manifestações regionais e nas suas implicações sociais, o processo literário brasileiro posterior ao chamado modernismo paulista. Particularmente na região Nordeste, as idéias modernistas e a pregação generalizada do Regionalismo geraram, de forma complexa, produções literárias que refletem as propostas debatidas: a forma literária moderna atualiza, na maioria dos casos, a temática regional que, em princípio, não seria moderna. Seja o caso deste conto de Jorge Fernandes, poeta natalense que publicou um único livro em 1927. Com uma narrativa bem simples, Jorge Fernandes, no seu conto, “Corações e Abutres”, descreve muito bem o cenário que se formara em sua mente através das manifestações de seus respectivos personagens, trazendo para sua narrativa a temática do regionalismo de forma pungente e ainda ousada, pois ao colocar entre uma descrição e outra a fala do “matuto” interiorano, ele cria uma problemática em volta do que viria a ser literário ou não. O espaço real, que serve de cenário à ação, onde os personagens se movem, é configurado e demarcado pelo movimento da linguagem. Através dos termos utilizados que aparecem nas falas dos personagens, percebemos uma forte presença regionalista em torno