Foucault – “nietzsche, a genealogia e a história”
Neste texto Foucault faz uma leitura de Nietzsche e destaca o papel importante da genealogia em relação a história. Afirma que a história deve trabalhar a partir da genealogia e que esta forma de operar deve ser um exemplo aos historiadores – deve ser genealogista. É preciso destacar que pesquisa da origem é diferente, não possui o mesmo sentido que genealogia, como destaca FOUCAULT (p. 16): “A genealogia não se opõe à história como visão altiva e profunda do filósofo ao olhar de toupeira do cientista; ela se opõe, ao contrário, ao desdobramento meta-histórico das significações ideais e das indefinidas teleologias. Ela se opõe à pesquisa da origem”. Para essa forma de trabalhar inspirada na genealogia, Nietzsche escolheu entre vários termos em alemão a palavra Herkunft, pois era a que melhor designava o sentido, “... a resconstituição de sua articulação própria” (p. 20) que é a proveniência. Com tudo, Nietzsche rompe com três postulados da origem. Lembrando, Nietzsche considera que a pesquisa de origem remonta o passado buscando sua forma primeira, perfeita, imóvel e que essa essência existe no passado e também no presente. Sua recusa por esta noção é explicada, porque para ele por trás das coisas existem fatores completamente diferentes. Na realidade elas não possuem essência “... ou que sua essência foi construída peça por peça a partir de figuras que lhe eram estranhas (...) o que se encontra no começo histórico das coisas não é a identidade ainda preservada da origem – é a discórdia entre as coisas, é o disparate” (p. 18). E ainda que a identidade do sujeito, de um individuo não se coloca porque na realidade é uma mascara, pois tudo não passa de uma construção.
Assim rompe com o postulado da alta origem, que no começo tudo era perfeito, essa existência era mística e maravilhosa. Entretanto o início histórico era mesmo baixo, onde se dá de encontro com o primitivo, “não no sentido de modesto (...) mas de