Fotos e etnografia
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Izabela Melo | Mauro Ferreira | Renata Correa | Rodrigo Vieira
ETNOGRAFIA: GRAFITOS DE BANHEIRO
Belo Horizonte
2014
1. INTRODUÇÃO:
O objeto de estudo escolhido pelo grupo foram as pichações com temas feministas nas portas dos banheiros femininos da faculdade de comunicação e artes da PUC Minas. Para fazer uma análise das mensagens deixadas pela “feminista” como a própria autora dos grafitos se refere à ela, utilizaremos o trabalho acadêmico escrito por Renata Plaza Teixeira e Emma Otta “Grafitos de Banheiro: um estudo de diferenças de gêneros”, o capítulo “sobre comida e mulheres...” do livro “O que faz o brasil, Brasil?” de Roberto DaMatta, além dos conceitos estudados e discutidos em sala de aula.
De acordo com Otta e Teixeira, apesar de a literatura dos grafitos de banheiro serem muito restritas, deles serem constantemente ignorados por muitos, e até mesmo vistos como vandalismo, estes formam uma ótima fonte de pesquisa. Também de acordo com as autoras, seria possível identificar a cultura de uma sociedade através destes grafitos, lembrando que o ato de escrever mensagens em paredes e similares remontam desde a antiguidade, na cidade de Pompéia.
A “feminista”, como aqui vamos continuar nos referindo à autora das mensagens, claramente critica a ideia do senso comum social que a mulher teria menos valor. Além de aplaudir a figura de sua mãe, que pelo seu próprio texto é uma mulher forte, e cujas virtudes não seriam bem vistas pela sociedade machista. Poderíamos, inclusive, ver essas mensagens como protesto em relação a diminuição da mulher na cultura brasileira muitas vezes demonstrada da seguinte maneira de acordo com DaMatta:
Assim, a mulher que põe à disposição do grupo (da família) seus serviços domésticos, seus favores sexuais e sua capacidade