Formação economica do brasil

10227 palavras 41 páginas
RETOMANDO A QUESTÃO DO INÍCIO DA HISTORIOGRAFIA ECONÔMICA NO BRASIL

Tamás Szmrecsányi (DPCT/IG/UNICAMP)

Por meio desta comunicação

quero

inicialmente prestar minhas

homenagens a dois eméritos historiadores econômicos de nosso país: Alice Piffer Canabrava (1911-2003), recentemente falecida, e Francisco Iglésias (1923-1999), cujo octagésimo aniversário transcorre atualmente. À primeira fiquei devendo, além de vários outros valiosos ensinamentos, a sugestão do balisamento cronológico do período a ser estudado, que compreende, as três décadas entre o final dos anos vinte e o término da década de 1950. Ao segundo, estou creditando boa parte das informações constantes do presente trabalho. No "Roteiro Sucinto do Desenvolvimento da Historiografia Brasileira", apresentado num Encontro Internacional de Estudos Brasileiros1, Canabrava fez as seguintes observações: "No campo da História Econômica, com relação às obras de síntese, o caminho foi marcado vigorosamente por alguns historiadores. Após as primeiras tentativas de Vitor Viana, de Lemos Brito, de Contreras Rodrigues, a obra de João Lúcio de Azevedo, Épocas de Portugal Econômico (1928), com base na teoria dos ciclos econômicos, exerceu considerável influência em estudos Alice

posteriores. O(seu) esquema refletiu-se em dezenas de autores e inspirou o plano da primeira História Econômica do Brasil (1937), que foi escrita por Roberto Simonsen. Já encontramos nesta obra o empenho de firmar critérios de exatidão, com recurso aos elementos quantitativos, quanto aos fenômenos econômicos e monetários. A Formação, do Brasil Contemporâneo: Colônia (1942), de Caio Prado Jr., significou um marco valioso no sentido de renovar a interpretação do processo histórico de Colônia. Mostrou que, sob as formas variáveis da produção colonial estava subjacente uma estrutura homogênea, única, apesar de algumas variantes que
1

I Seminário de Estudos Brasileiros - Anais, vol. II (São Paulo: IEB/USP, 1972), pp. 4-9. O

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