Uma das demandas importantes da década de 1990 é o fato de repensar sobre a formação inicial e também contínua dos professores, tomando como ponto de partida as práticas pedagógicas e docentes. Tal demanda só surgiu a partir do momento em que foi percebido que as teorias dos anos 70 e 80 estavam colaborando para o fracasso escolar pelo fato de reproduzirem as desigualdades sociais no âmbito escolar ao invés de superá-las. Em se tratando da formação inicial dos professores, é percebido que os cursos de formação, por elaborarem um currículo formal com conteúdos que não levam em consideração a realidade escolar, têm contribuído pouco para gerar uma nova identidade profissional, pois não dão conta de captar as contradições presentes na prática de educar. Além da finalidade de melhor qualificar o currículo do professor em formação, espera-se formar realmente um professor, proporcionando-o momentos que possam colaborar para sua atividade docente, visto que esta não é uma atividade burocrática, onde se adquire apenas conhecimentos técnicos e mecânicos. No que tange a educação contínua, a prática mais realizada tem sido a de promover cursos de suplência e/ou atualização dos conteúdos de ensino. No entanto, esses programas têm mostrado pouca eficácia para modificar a prática docente e, concomitantemente, as situações de fracasso escolar, por não tomarem a prática docente e pedagógica escolar levando em consideração os contextos ali inseridos. A identidade do professor, assim como a de qualquer outro profissional, se constrói a partir da significação social da profissão, como também da significação que cada professor compete à sua atividade docente formada através dos seus valores, da sua história de vida, dos seus saberes, entre outros fatores. Tomando a educação como sendo um processo de humanização que acontece na sociedade com o intuito de tornar os indivíduos participantes do processo civilizatório, a educação escolar, mais especificamente, está sendo assentada