Formação do Conceito Moderno de Cidadão em Nietzsche
A preocupação social com a formação do cidadão é talvez a expressão mais alta de um medo e de uma fraqueza, uma indisposição em quase todos os sentidos e de todos os lados do polo é daninha. É em termos próprios a pressuposição de que há um processo de formação – as vezes até ingenuamente, um processo histórico de evolução, ou uma escada de avanço do conhecimento – de um tipo específico de subjetividade, um cidadão. O cidadão é dotado de uma igualdade, direitos inatos e deveres, e outros vários valores, é o tipo que melhor se adapta a vida na polis democrática, a corrente vida (ao topo dos sistemas políticos, da expressão dos direitos iguais, etc). Compramos assim, sem perceber, uma série de erros e de pressuposições que através de certos mecanismos nos define.
Mas até que ponto esses valores contribuem para o ‘homem’? Que tipo de subjetividade – de força, de pessoas, de sociedade, de arte – é essa? Dentro de que contexto nasce? Qual a recompensa dele? E de que mecanismos essa formação faz uso? Imagina-se o cidadão como algo fora de um contexto? Ele é fruto das relações de poder ou se da como necessário, como substância?
O Estado ficou com o papel moderno dessa ficção, o ‘cidadão’. Atravez de uma tutela – uma piedade, um direito, um valor – ele utiliza de diversos mecanismos na administração do cidadão, para a produção de discursos que agem sobre o corpo. Ele utiliza-se de instituições públicas, como a polícia ou hospitais, mas não se limita a elas, fazendo uso também de empreendimentos privados, como filantropia, ou de estruturas complexas, como a medicina em discursos como saneamento-básico. Mas em nenhum lugar essa construção aparece tão explicita como na escola, lá o papel de formação e de inserção (através do convívio escolar) é explícito e está profundamente atrelado a conhecer corretamente.
Na escola, também, fica explicita os dois polos da formação do cidadão; aqueles que são formados, e aqueles que querem formar. Os que tornam o ensino, por