A crise financeira internacional, o grau de investimento e a taxa de câmbio do real.

A crise financeira internacional, o grau de investimento e a taxa de câmbio do real.

Resenha de texto das seguintes Autoras:

PRATES, Daniela Magalhães
FARHI, Maryse

Objetivamente, o texto procurou fazer uma análise comparativa e comportamental da moeda brasileira em relação às outras no período dos 12 meses que se seguiram após a eclosão da crise financeira internacional ocorrida em agosto/2008, e originada no mercado norte americano de hipotecas subprime. O trabalho das Autoras também abordou o papel das agências de ranking e dos mecanismos de mercado na percepção do risco de crédito no Brasil. Dedicaram-se ainda à dinâmica do mercado de câmbio à vista, assim como ao estudo de sua evolução futura.

Segundo as autoras, a primeira parte da crise foi verificada entre julho/2007 e junho/2008, momento em que o dólar passou por intensa desvalorização perante outras moedas do mundo, especialmente de Países emergentes.

Já a segunda fase ocorreu após agosto/2008, período que se contrapôs à primeira, e que marcou o início de uma aguda crise recessiva nos Países centrais.

Especificamente no primeiro período, e como já dito, a forte desvalorização do dólar contribuiu para uma elevação significativa do real, inclusive perante outras moedas mundiais.

Contudo, a partir da segunda fase da crise, os ativos e o próprio real tornaram-se alvo de um movimento de retração global com fuga para investimentos mais líquidos. E as respostas dadas pelo Governo a esses fatores externos, especialmente à acomodação da taxa de câmbio, contaram com peculiaridades dos seguintes elementos internos, a saber: (a) elevadíssima taxa básica de juros reais; (b) forte alta dos preços das commodities; (c) elevação da classificação S&P do risco de crédito soberano do País para ‘grau de investimento’.

De acordo com as Autoras, esse último fator provocou grande euforia nos mercados de ativos nacionais. Porém, essa euforia durou pouco na bolsa de valores