FONTES PARA O ESTUDO DE PRÁTICAS DE ESCRITA NA BAHIA SETECENTISTA E OITOCENTISTA
NA BAHIA SETECENTISTA E OITOCENTISTA:
O CASO DO “LIVRO DO GADO” DA FAZENDA CAMPO SECO
Adilson Silva de Jesus (UEFS) adilsonuefs@yahoo.com.br Mariana Fagundes de Oliveira (UEFS) marianafag@gmail.com 1.
Reconstrução histórica do português brasileiro
De acordo com Mattos e Silva (2004, p.58), a reconstrução histórica do português brasileiro se movimentará na recuperação da história social e linguística do Brasil e, para recuperar a história do português brasileiro, teremos de ter um conjunto significativo de documentação, representativa desde os estilos mais informais (cartas particulares, narrativas pessoais, documentos em que o emissor e sua definição social possam ser entrevistos etc.), até os mais formais (documentação oficial, documentação literária etc.), já que, na conceituação de Lucchesi (1994, p.
19), tem-se que captar as normas vernáculas e as normas cultas.
Em 1985, segundo Houaiss, não se havia ainda preenchido os requisitos da pesquisa e conhecimento com que se pudesse elaborar uma história da língua portuguesa no Brasil. No I Seminário para a História do Português Brasileiro, na década de 1990, criaram-se as condições de pesquisa e conhecimento para elaborar uma história do PB. Vários pesquisadores, em equipes regionais sediadas em universidades de sete estados brasileiros – Bahia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo (depois, também a Paraíba) –, iniciaram o Projeto para a História do Português Brasileiro (PHPB), constituindo um conjunto significativo de documentação representativa tanto do chamado português culto do Brasil como do português popular do Brasil.
A segunda metade da década de 1990 inaugura, de acordo com
Lobo (2009, p. 307), uma fase caracterizada pela laboriosa tarefa de construção de uma filologia de textos escritos no Brasil, ponto de partida, conforme a autora, incontornável para a descrição e análise das mudanças