Mulheres
MULHERES: SER, ESTAR E PERMANECER NAS MINAS GERAIS EM UM BRASIL DE IMPÉRIOS
Mariana Instituto de Ciências Humanas e Sociais – UFOP 2011
ELOÁ REIS TEIXEIRA
MULHERES: SER, ESTAR E PERMANECER NAS MINAS GERAIS EM UM BRASIL DE IMPÉRIOS
Monografia apresentada ao Curso de História do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em História. Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio Silveira
Mariana Instituto de Ciências Humanas e Sociais – UFOP 2011
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``Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas. Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas. Quando amadas, se
perfumam, se banham com leite, se arrumam suas melenas. Quando fustigadas, não
choram. Se ajoelham, pedem, imploram. [...] Sofrem por seus maridos [...] E quando eles voltam, sedentos, querem arrancar, violentos, carícias plenas, obscenas. [...] Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas: geram pros seus maridos, os novos filhos de Atenas. Elas não têm gosto ou vontade, nem defeito, nem qualidade; tem medo apenas. Não tem sonhos, só tem presságios. [...]`` Chico Buarque. ``Mulheres de Atenas``
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RESUMO: Pensar Minas Gerais é pensar um espaço construído e particularizado, que tem um povo com identidade cultural, sentimentos de pertencimento neste território que se consolida a partir de sua construção geopolítica delimitada e definida, concretizada no século XIX, produzida por processos sociais no decorrer dos anos. Estes processos sociais que se firmaram nas Minas Gerais proporcionaram um universo de particularidades no qual a sobrevivência das mulheres transcorre sob um quadro de tensões políticas e de pressão da cultura dominante. Elas foram alvo direto de repressão – como no caso de negras de tabuleiro, prostitutas, forras, escravas e concubinas – ou tornaram-se agentes sociais que serviam ao modelo oficial: mulheres burguesas e elitizadas, esposas, mães e devotas.