Flor do Deserto
CURSO DE ODONTOLOGIA
DISCIPLINA BIOÉTICA
KEILANE DOS SANTOS SILVA ARAUJO
A ÉTICA NA CULTURA DE EXCISÃO FEMININA
TERESINA
2015
O filme Flor do Deserto retrata a vida da embaixadora da ONU Waris Dirie e traz a público uma realidade de extrema submissão, mutilação e desigualdade entre sexos, retratando um tema de grande impacto onde, em nome de seus costumes, povos mutilam os órgãos sexuais femininos, que em muitos casos, leva à morte um grande número de mulheres.
Prática comum em vários países africanos, a circuncisão feminina forçada levanta uma discussão sobre a ética, os direitos humanos e os limites que a cultura de um povo pode chegar sem que haja intervenção de órgãos internacionais. Movidos por justificativas religiosas ou tradições culturais essas populações normalmente patriarcais fazem uso de costumes machistas utilizando a excisão feminina como forma de tornar as mulheres puras.
Após o nascimento ou em um período de tempo de até 14 anos, meninas são submetidas ao processo de retirada do clitóris, o prepúcio e em algumas vezes os grandes e pequenos lábios, sendo feita uma sutura que mantem apenas um pequeno orifício para saída de urina e sangramento menstrual. As próprias mães e avós são incentivadoras pois pela cultura, mulheres não circuncidadas são consideradas prostitutas, são excluídas da sociedade e não podem casar-se, sempre sofrendo rejeição dos homens. Com isso, muitas mães entregam suas filhas a circuncisão por não verem um futuro promissor se poupa-las. Além disso, acreditam que aquelas que passaram pelo processo tornam-se mais belas e tem a virgindade valorizada. Na maioria das vezes feito sem qualquer assepsia, cirurgião, local apropriado e anestesia, traz grande risco de morte por infecção e hemorragias pois a vagina é altamente vascularizada e os instrumentos utilizados não são estéreis, muito menos adequados. Não há pós-operatório digno, as meninas sangram por dias e muitas não sobrevivem. Porém, mesmo