Resenha do filme - a flor do deserto
Até que ponto a religião e as tradições de certos povos podem interferir sob os direitos humanos? Direitos estes que são concedidos a cada ser humano ao nascer, direito a liberdade, a igualdade e diversos outros, que podemos concluir com veracidade estarem sendo ignorados nas práticas retratadas no filme Flor do Deserto. Apesar de todo o desenvolvimento em muitas áreas do conhecimento e campos de estudo como a medicina, a tecnologia e até mesmo as ciências sociais, podemos observar em pleno século XIX, culturas patriarcas que permitem, na verdade impõe procedimentos de tortura e trauma psicológico aos seus descendentes. O longa Flor do Deserto conta a história da jovem somali Waris Dirie, nascida em uma tribo de nômades que passa pelo procedimento de mutilação genital na infância, e sofre as consequências físicas e mentais deste ato, que a marcou pelo resto de sua vida. Waris foge de sua tribo, e após um período de tempo muda-se para Londres buscando oportunidades e melhoria na qualidade de vida. A jovem é descoberta por um fotografo e inicia sua carreira de modelo, apesar de todos os obstáculos e desafios, se torna uma modelo internacional, bem sucedida e de grande prestígio. Waris hoje é embaixadora da ONU contra a mutilação feminina, e luta pelos direitos das mulheres de diversas formas, através da fundação de uma organização que leva o seu nome, envolvida fortemente nas causas.
Na sociedade atual, contamos com diversas organizações que lutam e defendem os direitos humanos, porém percebemos que às vezes estas não conseguem conter rituais invasivos como a mutilação feminina, e outras atrocidades que ocorrem em função de crenças religiosas ou rituais ancientes. O papel principal das organizações nessa problemática é um tanto quanto complexo, de um lado temos a veracidade dos fatos que aponta a crueldade causada por este ato, todos os males causados a saúde e também o abalo psicológico que tormenta essas mulheres pelo resto de suas vidas, o