A Flor Do Deserto
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL NOTURNO
PROFESSOR: EMANUEL BASTOS
ALUNA: MONIQUE JATAÍ.
RESENHA DO FILME “A FLOR DO DESERTO”
FORTALEZA, MARÇO DE 2015.
O filme Flor do Deserto, conta história verídica de Waris Dirie, garota somali que aos 13 anos, foge de sua tribo de seu país e de seu continente, rumo à Londres, na tentativa de escapar de um casamento forçado. Ela seria a quarta esposa de um muçulmano local, conforme o costume. Porém, apesar de suas desventuras na fuga, atravessando desertos, escapando de um estupro quando pede carona e até da rejeição de suas primas e tias na tribo liderada por sua avó, Waris ainda estava por enfrentar seu maior desafio: a adaptação a uma nova cultura e a descoberta de que era “diferente” das outras mulheres.
Waris descobre que é diferente quando revela à amiga Marylin que foi circuncisada aos 3 anos de idade, seguindo costume de seu povo. Embora sofra dores e tenha dificuldades até mesmo para urinar, ela acha tudo muito normal. Porém, a amiga lhe diz que as mulheres inglesas e em muitas outras partes do mundo não sofrem o que ela sofreu.
O que o filme mostra é justamente a maior dificuldade dos Direitos Humanos Universais intervirem em assuntos tão relativos como os relacionados às diferentes culturas. A visão de que a circuncisão é feminina é meramente um ato de barbárie, sem considerar que é um costume de 3 mil anos (passado de geração em geração na Somália e em outras partes do mundo) revela o traço etnocêntrico da visão colonizadora. Segundo tal preconceito, tal ato só é praticado porque tais povos não conhecem a verdadeira cultura (ocidental), não sabem e não entendem o que é certo e que, a partir do momento em que forem informados (aculturados) passarão a agir em conformidade com o que pregam os direitos humanos.
Porém, para aquela cultura o ato de circuncisão é certo e é praticado há muitos anos. Não parece haver sentimento de culpa pela