Análise Flor do deserto

O filme “Flor do deserto” conta a história de vida de uma mulher chamada Waris Dirie, nascida no deserto da Somália, mas que aos treze anos, fugiu para a casa da avó na capital somali, para não se tornar a terceira esposa de um homem mais velho. Sua avó a mandou para Londres para trabalhar como faxineira na casa de parentes, onde ela ficou por alguns anos. Posteriormente, fez amizade com uma mulher londrina, com quem aprendeu a falar inglês e os costumes do país. Foi desta amizade que Waris descobriu que ela era diferente da maioria das mulheres.
Quando tinha apenas três anos, Waris foi vítima de uma prática chamada de circuncisão feminina ou mutilação genital feminina, sendo a segunda a nomeação adotada pela Organização Mundial de Saúde. Este é um procedimento que envolve a remoção parcial ou total da parte externa da genitália feminina ou outras injúrias aos órgãos genitais femininos, e é comumente observado em países africanos. Esta prática, aparentemente realizada não por motivos religiosos, mas culturais, é vista pelos países ocidentais como abominável. O significado deste ritual trazido pelo filme é de que mulheres circuncisadas são mulheres boas, puras, que preservam sua virgindade para seu futuro marido.
Após ser descoberta por um fotógrafo enquanto trabalhava como faxineira em uma lanchonete, Waris deu inicio a sua carreira de modelo, ficou conhecida internacionalmente, e deu início a uma luta contra a prática da mutilação genital feminina. Durante toda sua trajetória, Waris passou por muitos desafios, desde atravessar o deserto sozinha, até um casamento forjado para conseguir o visto de residente na Inglaterra.
Este filme traz à tona principalmente a discussão em torno da circuncisão feminina, porém, também põe em questão o significado de ser mulher. Para que seja possível analisar o filme, são necessárias algumas reflexões sobre ética, moral, cultura, liberdade e direitos humanos.
A ética pode ser definida de maneira reduzida como a ciência ou