Filosofia da Educação
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POR UMA DEFINIÇÃO FILOSÓFICA DA
EDUCAÇÃO
contribuições da filosofia para pensar o fazer educativo
Haveria, ainda hoje, sentido em se buscar a filosofia para definir a educação? O que teria, atualmente, a filosofia a contribuir para a teoria sobre a educação?
Para aqueles que a ela não foram introduzidos, a filosofia passa freqüentemente por ser um conhecimento abstrato e distante de tudo o que se vive, e o seu ensino uma longa enumeração de respostas que autores do passado remoto forneceram a questões que não são mais as nossas, que jamais nos ocorreria interrogar. Em uma palavra, um conhecimento… inútil e enfadonho, e ainda por cima muito difícil de ser apreendido.
Se hoje essa maneira de ver as coisas se apóia em velhos preconceitos e em um certo acomodamento mental, isso nem sempre foi assim: no passado, longe de nascer das resistências que a reflexão pode engendrar face ao imediatismo e à rapidez que nosso estilo de vida comporta atualmente, ela se constituiu numa reação contra o poder dogmático que em
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filosofia da educação
nome da filosofia foi exercido pelo Estado, pela tradição ou pelos religiosos. A substituição da antiga autoridade filosófica pelas referências provenientes do saber científico consolidou-se no século passado, em função da crescente confiabilidade que esse último alcançou, e foi finalmente selada, em nossos tempos, pela definitiva adoção da identidade que as «ciências da educação» passaram a conceder à pedagogia.
Assim, resume Franco Cambi, no século XX o saber pedagógico se emancipou do modelo metafísico que, desde a antigüidade até pelo menos o século XVII, dominou a educação, fornecendo definições acabadas sobre sua natureza e seus fins.
…o declínio do modelo metafísico da pedagogia (…) tinha começado entre os séculos XVII e XVIII, com Locke, aumentando depois com
Rousseau e Kant, com o romantismo e o positivismo, para expandir-se em nosso século, onde permaneceu