Fichamento A Escola Dos Annales
As primeiras décadas do século XX ministraram subsídios para o alicerçamento de uma nova estrutura no campo da historiografia. O movimento dos Annales, fomentado e, inicialmente, amplificado na França, preconizava a rejeição de modelos filosóficos por recear que estes mitigavam as discussões relacionadas aos fenômenos sociais. Embora formalizassem resistência a certos pressupostos, os Annales manifestavam teores de epistemologia e de concepções de história.
Em “A Escola dos Annales”, Peter Burke segmenta a distensão do movimento historiográfico em três fases: a primeira que se estende de 1929 à 1945, período em que se promove a fundação da revista que intitula o nome da organização, Les Annales d’histoire économique et sociale, e que tem como principais destaques os historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre. Essa primeira fase apresenta-se cunhada pelo termo ‘’guerra de guerrilhas’’, expressão que remete a oposição do movimento à história tradicional. Diferente desta, os Annales inquiriam a utilização de fontes históricas não escritas e testemunhos involuntários, a prudência na análise da cultura, da economia e da sociedade, e a pertinência na história de longa duração.
A partir da segunda fase, de 1945 à 1968, o movimento dos Annales consolida-se propriamente em uma escola, estabelecendo conceitos e métodos inerentes ao seu arcabouço. Nessa fase, o destaque é concebido a Fernand Braudel, historiador que ocupou notáveis postos acadêmicos da época. No ano de 1946 a revista modifica seu nome para “Annales. Économies. Sociéts. Civilisations’’. A partir do afastamento de Braudel, a escola inicia-se o processo de fragmentação, propiciando a abertura para o início da terceira fase, que se caracteriza pela diversificação nos temas, na metodologia e na ideologia, e por assinalar uma não conformidade com as fases anteriores. Surge então o que será