Fichamento Platão
Bibliografia:
BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. Brasília: Editora UnB, 1984.
Capítulo II – Platão:
A República, de Platão, caracteriza-se por ser um trabalho de cunho filosófico e não científico. Trata-se de um Estado ideal, que em realidade nunca existiu, e é transmitido através dos pensamentos de Platão
O diálogo de A República é, ..., uma descrição da república ideal, que tem por objetivo a realização da justiça entendida como atribuição a cada um da obrigação que lhe cabe, de acordo com as próprias aptidões. Consiste na composição harmônica e ordenada de três categorias de homens – os governantes-filósofos, os guerreiros e os que se dedicam aos trabalhos produtivos. Trata-se de um estado que nunca existiu em nenhum lugar. (BOBBIO,1998, p.45 )
Ao seu modo de ver, Platão considera a corrupção como parte da essência humana, o debate sobre a tipologia das formas de governo em a República mostrará que todas essas formas são más. As tipologias das formas de governo de A República,..., inclui só formas más, embora nem todas igualmente más; nenhuma dessas formas é boa... Em A República as formas históricas (que Platão examina detidamente no livro oitavo) são más, justamente porque não se ajustam à constituição ideal. (BOBBIO, 1998, p.p. 45-46).
Parte disso tem vinculação com o fato de Platão ter uma visão tipicamente pessimista da história, como se o regresso humano fosse certo e indefinido. O filósofo viveu, inclusive, a derrocada da democracia de Atenas, e considera que, sendo a história incapaz de fornecer exemplos gloriosos de tipologias, só resta a solução “fora” dessa própria história.
Diante da degradação contínua da história, a solução só pode estar "fora" da história, atingível por um processo de sublimação que representa uma mudança radical (a ponto de levantar a suspeita de que a história não é capaz de recebê-la e de suportá-la) com relação ao que acontece de fato nomundo. (BOBBIO,1998, p.46)