Fichamento Le Goff Documento/Monumento

LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. História e Memória. Campinas: Unicamp, 1990, p. 535-553

1. Os materiais da memória coletiva e história

- A memória coletiva e sua forma científica, a história, aplicam-se a dois tipos de materiais: os documentos, escolha do historiador e os monumentos, herança do passado. p. 535
- “De fato o que sobrevive não é o conjunto daquilo que existiu no passado, mas uma escolha efetuada quer pelas forças que operam no desenvolvimento temporal do mundo e da humanidade, quer pelos que se dedicam à ciência do passado e do tempo que passe, os historiadores.” p. 535
- A palavra latina monuentum é um sinal do passado, é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação, por exemplo, os atos escritos. Desde a Antiguidade romana tende a especializar-se em dois sentidos: uma obra comemorativa de arquitetura ou escultura e funerário, destinado a perpetuar a recordação de uma pessoa na qual a memória é valorizada: a morte. “E tem como característica ligar-se ao poder de perpetuação, voluntário ou involuntária, das sociedades históricas.” p. 535-536
- O palavra latina documentum deriva de ensinar que evoluiu para o significado de ‘prova’ e é bastante usado no vocabulário legislativo. A partir do século XVII que é difundido na linguagem francesa. O termo foi evoluindo ao passar dos séculos. p. 536
- Entre o fim do século XIX e o início do século XX, para a escola positivista, o documento se afirma como um testemunho escrito, que, por si só, se apresenta como prova histórica. p. 536
- Os dois termos comentados no texto, monumento e documento, encontram-se no La Monarchie franque: “A leitura dos documentos não serviria, pois, para nada se fosse feita com ideias preconcebidas... A sua única habilidade (do historiador) não lhes acrescentar nada do que eles contém. O melhor historiador é aquele que se mantém o mais próximo possível dos textos” p. 536
- Ocorre, então, um lento triunfo dos documentos sobre os monumentos.