abcdef asdes
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do discurso se inscreve em uma determinada FD, com a qual ele se identifica e que o constitui enquanto sujeito. E, conforme o que nos aponta Pêcheux (op. cit), “a formasujeito tende a absorver-esquecer o interdiscurso no intradiscurso, isto é, ela simula o interdiscurso no intradiscurso, de modo que o interdiscurso aparece como o puro “jádito” do intradiscurso, no qual ele se articula por “co-referência” ” (PÊCHEUX, 1995, p.167). Assim, a forma-sujeito realiza a incorporação-dissimulação dos elementos do interdiscurso, o que aponta para o efeito de unidade/evidência do sujeito. E é efeito porque essa unidade é apenas imaginária Ao tomarmos, por exemplo, o sujeito do discurso de Divulgação Científica é, via forma-sujeito, que ele “vai” ao interdiscurso - lá onde circulam tanto os saberes da ciência quanto os do senso comum - recorta, incorpora o que lhe interessa desses diferentes saberes, identificando-se com a FD do discurso midiático de Divulgação Científica, e traz os enunciados pertencentes a esses saberes à ordem intradiscursiva, linearizando-os no fio do discurso e materializando, assim, um discurso que pretende divulgar ao leitor - embora faça todos esses movimentos inconscientemente, isto é, sem se dar conta disso.
E Pêcheux (1975) confirma esse caráter ilusório da forma-sujeito, ao retomar essa noção na conclusão de “Semântica e Discurso”. Diz o autor: “A forma-sujeito do discurso, na qual coexistem, indissociavelmente, interpelação, identificação e produção de sentido, realiza o non-sens da produção do sujeito como causa de si sob a forma da evidência primeira” (PÊCHEUX, 1995, p. 266), o que nos aponta para algo que é bem conhecido na AD: o sentido só se produz pela relação do sujeito com a forma-sujeito do saber e, conseqüentemente, pela identificação do sujeito com uma determinada FD.
Pêcheux (op. cit) chama de posição-sujeito a relação de identificação entre o sujeito enunciador e o sujeito do saber (forma-sujeito). Courtine