Fichamento - Identidade cultural na pós-modernidade
Diante da crise de identidade suposta na contemporaneidade, Stuart Hall explora questão através da análise das transformações responsáveis por formar, ao longo do século xx, o mundo em que vivemos hoje e suas perspectivas. Algumas estruturas, que antigamente eram referenciais a uma sociedade foram superadas e o indivíduo que dela faz parte estaria, conseqüentemente, desintegrado, fragmentado cultural e socialmente. Há três conceitos de sujeito: o iluminista, individualista, racional e centrado em si; o sociológico, para quem a relação com a sociedade é projetada na própria identidade; o sujeito pós-moderno, contraditório, cuja identidade é mutante e varia com a situação (seus símbolos e valores são mais provisórios e dispostos a mudanças).
Hall retoma algumas concepções de sujeito, expõe sua ruptura com o passado a partir de novas ciências e descreve o processo de evolução do sujeito em relação à identidade, apoiando-se em teóricos para explicar seus cinco descentramentos. São eles o pensamento marxista, a descoberta do inconsciente, por Freud, a lingüística estrutural de Saussure, os estudos de Foucault, a crítica e o movimento feministas (e outros movimentos sociais).
O sujeito fragmentado resultante social, cultural e historicamente, continua analisado, nas relações de identidade que é capaz de estabelecer. A cultura nacional é proposta, na modernidade tardia, mais que como um símbolo, como uma estrutura de poder. Seu desenvolvimento ocorre a partir de um discurso complexo, oferecido naturalmente ao indivíduo pela própria sociedade, responsável por unificar as particularidades subjetivas em torno de uma idéia que é, na verdade, um mito: um único povo (e uma única cultura e etnia – homogeneização). Tal pressão falha à medida que se constata que as nações modernas são hibridas culturalmente, sem exceção.
Esta percepção é acentuada na contemporaneidade muito em função da globalização,