Fichamento de ''o portugues no ensino medio e a formacao do professor''
“O ensino de gramática constitui um dos mais fortes pilares das aulas de português e chega a ser, em alguns casos, a preocupação quase exclusiva dessas aulas. Nas últimas duas décadas, entretanto, vem se firmando um movimento de revisão crítica dessa prática, ou seja, vem-se questionando a validade desse ‘modelo’ de ensino, o que faz emergir a proposta da prática de análise linguística (AL) em vez das aulas de gramáticas.” (p. 199) “Essa crítica se baseia em pontos-chave, dos quais citamos dois:
a) os resultados insatisfatórios da ênfase nas aulas de gramática (parcialmente evidenciados em avaliações como ENEM e SAEB) [...];
b) a constatação [...] de que a gramática normativa [...] apresenta inconsistências teóricas [...], além de não descrever a norma padrão contemporânea” (p. 199/ 200) “Quando se trata do que acontece numa sala de aula, não há padrões inflexíveis, modelos fixos; na verdade, recorre-se a diversos caminhos teórico-metodológicos para a condução do processo de ensino-aprendizagem. Por isso, [...] as práticas de ensino de língua materna do ensino fundamental II (EFII) e ensino médio (EM), revelam (como sempre revelaram) uma mescla de perspectivas: o jeito ‘tradicional’ de se ensinar gramática ainda está presente, ao passo que novas práticas também já são encontradas.” (p. 200) “A lógica subjacente a essa organização é a sucessão de unidades a serem analisadas, cada vez mais complexas do ponto de vista morfossitático: da palavra, para a oração; da oração, para o período. Entretanto, muito raramente se chega à unidade maior: o texto. Menos ainda se tematizam aspectos discursivos. É o que denominamos de organização cumulativa.” (p. 203) “O fluxo natural de aprendizagem é: da competência discursiva para a competência textual até a competência gramatical [...].” (p.203)