Leitura, interpretação e produção de textos
888 palavras
4 páginas
Durante muito tempo, a preocupação com a leitura, interpretação e produção de textos esteve restrita praticamente aos professores de língua materna dos ensinos fundamental e médio, cuja tarefa é criar um alicerce seguro (no que diz respeito ao desenvolvimento da competência lingüística), objetivando transformar o educando, através do instrumento língua, em um cidadão consciente de seus direitos e capaz de cumprir com seus deveres. Para configurar uma das disposições gerais da Educação Básica da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em especial o artigo 22 que assim se expressa: “A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. A universidade tem recebido agora tal incumbência. O alunado que recebemos no terceiro grau apresenta deficiências graves de naturezas diversas, inclusive de cidadania, o que mostra o sucateamento de toda política educacional. Ler, escrever e interpretar textos são ações que podem até partir das aulas de português, entretanto tais verbos congregam práticas da vida social. A todo instante, somos convidados a decodificar o mundo com base nos signos verbais e não-verbais que nos são apresentados. Mais ainda, somos convidados a produzir textos para falar de nós, das nossas necessidades, angústias, medos, emoções variadas.
Cientes de nossa tarefa, como professor de língua materna que somos, será possível aproveitar as aulas para observar, através dos textos da literatura brasileira, a abundância do português revelada nas suas quase que infinitas possibilidades de expressão, sendo o texto literário a sua concretização mais elaborada, considerando aí a finalidade artística existente. É claro que esses textos não podem (na verdade, não devem) ser o princípio norteador para uma prática de ensino eficiente. É necessário partirmos da realidade mais próxima do aluno,