Ficha limpa
Durante toda a história de nosso país, podemos observar que virou algo corriqueiro e familiar aos brasileiros a questão da corrupção por parte de nossos políticos e governos. É fato que mesmo depois de anos de eleições diretas, apenas no ano de 2010 entra em vigor a Lei Complementar nº 135/2010, batizada como Lei da Ficha Limpa, oriunda de efetiva pressão popular, que retrata em última análise a indignação da sociedade brasileira contrária aos políticos com vida desonesta e corrupta.
É notório que a população brasileira avançou em um direito que já deveria obter a muito tempo, acompanhamos na mídia as diversas mobilizações populares em torno à corrupção, mostrando que a sociedade não mais iria admitir tais abusos passivamente. Como retrata o presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio Grande do Sul, Claudio Lamachia: “Ao longo dos últimos anos, a sociedade brasileira vem travando verdadeiras batalhas para garantir o resguardo da ética. Mobilizações, atos públicos, abaixo-assinados e, até mesmo, projetos de lei demonstram de forma contundente a inquietude e o inconformismo com os maus exemplos dados por alguns homens públicos brasileiros.”. O povo encontrou uma saída para impedir o acesso de oportunistas à vida pública brasileira. No entanto, esta é uma conquista parcial. É preciso que o cidadão, que todos nós, sem distinções, façamos, de uma vez por todas, o "dever de casa", acompanhando de perto as ações dos nossos escolhidos. Uma sociedade ética, justa e igualitária tem como premissa a participação vigilante daqueles que a integram. O país enfraqueceu, ao sofrer, no decorrer dos anos, uma sequência desmedida de impunidades. Pagamos um preço muito alto por isso. Um exemplo é a ineficiência do Estado na oferta de direitos básicos ao cidadão, como segurança, saúde, educação e até justiça. Ficha Limpa é apenas um atestado de antecedentes, não de honestidade, comprometimento com a ética ou mesmo