Fibromialgia
Justificativa: A fibromialgia (FM) é uma patologia reumática não-articular, ou reumatismo muscular, na qual ocorre inflamação crônica das estruturas fibrosas da fáscia corporal, aponeuroses, camada intermuscular, ligamentos, tendões, bainhas e tecidos subcutâneos (STOKMAN, 1904).
Tal condição resulta em dor crônica generalizada, principalmente sobre a região cervical, trapézios, região lombar, terço proximal dos membros superiores e inferiores, e, em alguns casos, mãos, joelhos e tornozelos.
Segundo Wolfe et al., 1990, a prevalência média da FM é 2% para a população geral, sendo 3,4% mulheres e 0,5% homens. Esses valores possuem pequenas alterações de acordo com o país estudado. A prevalência da população feminina dos Estados Unidos da América é de 5% (LAWRENCE et al., 2008) e na Europa é de 4,7% (BRANCO et al., 2009). Valores mais elevados são encontrados entre as norueguesas (10,5%) (FORSETH et al., 1992) e alemãs (11,5%) (SCHOCHAT et al., 2003). No Brasil, a prevalência dessa doença é de 2,5% da população adulta, o que a coloca entre as doenças reumáticas como a segunda mais prevalente, ficando atrás somente da artrite reumatóide (SENNA et al., 2004). Em sua maioria a FM atinge mulheres (7:1) de meia idade e melhor nível educacional e financeiro (WOLFE et al., 1990), mas tem sido também encontrada em jovens com idade abaixo de 35 anos (GUR et al., 2004).
A etiopatologia da fibromialgia ainda não é esclarecida, contudo, alguns fatores podem estar envolvidos. Pesquisas têm apontado o envolvimento de fatores genéticos, endócrinos, imunológicos, neurológicos e comportamentais na fisiopatologia desta síndrome (BONDY et al., 1999; CARVALHO et al., 2008; GUR et al., 2004; WALLACE et al., 2001; YUNUS et al., 1999; MAZZA et al, 2009). Alguns estudos já atestaram alterações no sistema imune, desregulação do eixo