FIBROMIALGIA
A fibromialgia é uma condição caracterizada por dor difusa e crônica, frequentemente associada à fadiga, sono não restaurador, e outras queixas pouco específicas como parestesias, sensação subjetiva de edema de extremidades, alterações cognitivas caracterizadas por dificuldade de concentração e raciocínio, ansiedade, humor deprimido e irritabilidade, tontura, sensação de desmaio iminente, perda de memória, cefaleias (tanto do tipo tensional quanto enxaqueca), palpitações e fraqueza. Dor lombar com irradiação para as nádegas é uma queixa frequente.
Afeta predominantemente o gênero feminino (10:1), com prevalência na população adulta, variando de 2 a 11,5%. Em nosso meio, a fibromialgia acomete entre 2,5 e 4,4% da população. O quadro pode estar presente entre crianças e adolescentes, não havendo diferenças quanto à distribuição entre meninos e meninas.
FISIOPATOLOGIA – COMO SE DESENVOLVE
A causa da fibromialgia não está definida. Ela pode ser desencadeada por diversos fatores (físicos, psíquicos, sociais). Há predisposição genética, entretanto distúrbios neuroendócrinos e psicológicos, bem como alterações no mecanismo de percepção da dor, também afetam sua manifestação. Sabe-se que algumas características estão associadas à fibromialgia como sexo feminino, divórcio, dificuldade em completar o ensino médio e baixa renda.
A fibromialgia tem sido definida como um quadro de ampliação da sensibilidade a estímulos sensitivos periféricos como calor, corrente elétrica, pressão, que são interpretados pelo sistema nervoso central como sensações desagradáveis e traduzidas pelo sintoma dor.
Há diminuição dos níveis de serotonina e noradrenalina no soro e no líquido cerebrospinal (LCR) desses indivíduos (lembrando que a serotonina possui importante papel na modulação do humor, nas fases III e IV do sono não REM e no limiar de dor). Além disso, há elevação dos níveis de substância P no LCR, o que está associado a aumento da percepção de dor.