Fenilcetonúria
DEFINIÇÃO
São muitos os diferentes defeitos genéticos identificados no metabolismo de aminoácidos na espécie humana. A maioria provoca o acúmulo de intermediários metabólitos específicos, condição que pode prejudicar o desenvolvimento do sistema nervoso e levar ao retardo mental. A fenilcetonúria é a causa mais comum de níveis elevados de fenilalanina (Phe) no sangue (hiperfenilalaninemia). É uma desordem genética autossômica recessiva, e se caracteriza por uma mutação no cromossomo 12-q22-24.1(figura em anexo).
A fenilcetonúria foi descrita em 1934 por Folling após examinar a pedido da mãe, dois irmãos portadores de deficiência mental, que apresentaram reação positiva ao cloreto férrico na urina, reação que demonstra a presença de ácido fenilpirúvico, metabólito da fenilalanina16.
A fisiopatologia da doença é caracterizada pela deficiência da enzima hepática fenilalanina-hidroxilase, acarretando em reduzida conversão da fenilalanina em tirosina, o que aumenta sua concentração no sangue, e o aumento da excreção urinária de outros metabólitos7. A fenilalanina em excesso tem efeito tóxico para as funções do sistema nervoso central e determinando alterações difusas1, além de ser desviada para uma rota metabólica alternativa onde são produzidos metabólitos secundários, como os ácidos fenilpirúvico, feniláctico e fenilacético. O ácido fenilacético confere à urina e outras secreções corpóreas um odor desagradável, semelhante ao de biotérios8. A deficiência na síntese ou na regeneração do cofator para o funcionamento da enzima fenilalanina-hidroxilase, a tetrahidrobiopterina (BH4), também pode ser encontrada nos casos de hiperfenilalaninemia14. A fenilalanina é um aminoácido de estrutura aromática, pertencente ao grupo dos nutricionalmente essenciais, portanto, não produzidos pelo organismo humano, devendo ser supridos pela alimentação. A maior parte da fenilalanina recebida destina-se aos processos de síntese de proteínas e produção de