Como falam os brasileiros
LEITE, Yonne; CALLOU, Dinah. Como falam os brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. (Coleção Descobrindo o Brasil).
O livro de Yonne Leite e Dinah Callou, Como falam os brasileiros, trata da diversidade de falares existentes nas diferentes regiões brasileiras. Ambas também são autoras do livro Iniciação à Fonética e à Fonologia e pesquisadoras do CNPQ.
Leite e Callou abordam assuntos como o mito da homogeneidade lingüística, a definição do falar carioca como "padrão nacional", a fonética, os sotaques sintáticos, normas e pluralismos da fala culta, entre outros.
Na introdução, as autoras referem-se à linguagem de uma forma geral, apontando a fala como elemento identificador das muitas diferenças entre os indivíduos. Dentre essas diferenças enquadram-se as de nacionalidade, de regionalidade, de classe social, escolaridade, faixa etária e sexo. Reconhecendo a fala como recurso principal para a caracterização dessas variedades, elas lembram que, muitas vezes a fala é motivo de discriminação e preconceito. No entanto, numa perspectiva lingüística, não se admite uma divisão de valores, ou seja, não se classifica uma língua, como superior, ou melhor que outra.
É exatamente nessa perspectiva que Leite e Callou vão tratar das diferenças lingüísticas, mostrando que é possível, através da fala, reconhecer a que região ou nacionalidade o indivíduo pertence e reconhecer qual sua classe social, escolaridade e faixa etária.
De acordo com as pesquisadoras, devido à grandeza do território brasileiro, a escolha do "falar padrão" girou muito tempo em torno do Rio de Janeiro por ter uma localização estratégica, por ser um centro político e financeiro e por apresentar um linguajar com menores tendências de marcas locais e regionais.
No que diz respeito ao mito da homogeneidade no Brasil (p.11), ou seja, à idealização de um país monolíngue e de uma gramática "pura" e "imutável", que pudesse existir "uma só fé, uma só lei, um só