Fatores que concorrem para o bem-estar da juventude
Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol) A ausência de uma preparação básica, prática e superior, que ensine ao ser humano como encarar os problemas da vida, impele-o a cometer uma quantidade de erros que, depois, por via da experiência, se vê obrigado a corrigir, mas após haver sofrido os efeitos que a incapacidade impõe. Isso nada representaria se os frutos colhidos em sua aprendizagem servissem para beneficiar as condições humanas na luta contínua contra a adversidade. O certo, porém, é que os que conseguem ir levando com resignação a vida, conservando-a mais do que superando-a, nada tiram como conclusão, porque atribuem tudo o que lhes ocorre a fatos circunstanciais, quando não fatais ou providenciais; portanto, não têm em conta os acontecimentos nem sentem a necessidade de se informarem da razão por que lhes aconteceu tal ou qual coisa, enquanto se empenhavam em realizar quaisquer dos propósitos perseguidos. Como é possível, então, fazer chegar o valioso auxílio do conhecimento prático aos milhões de seres que penetram na vida desprovidos de toda defesa e iniciativa para empreender, através do longo e tortuoso caminho a percorrer, a busca de um futuro seguro? Se bem devam todos ser auxiliados, é preciso colocar a juventude em primeiro lugar, fazendo com que seja ilustrada e instruída sobre a quantidade de obstáculos e dificuldades que haverá de encontrar na vida, para que saiba ultrapassá-los, evitando ter de correr riscos inúteis, que tanto desanimam e acovardam o homem em formação. Tendência marcante no temperamento juvenil é a intolerância com o critério alheio
O jovem se aferra tenazmente a seu juízo, chegando até à obstinação, sem levar em conta, precisamente pela falta de experiência, que as razões dos demais podem ser igualmente respeitáveis. Essa intemperança, como é natural, traz ao homem em formação muitas contrariedades, perdas de amigos, etc., ao mesmo tempo