Glicação e envelhecimento cutaneo
O que têm em comum a cor escura do pão torrado, o gratinado da lasanha, a calda caramelizada do pudim ou o dourado da batata frita?
Na verdade todos esses alimentos que compõem o dia a dia de nossa mesa são verdadeiras fábricas de AGEs ( Advanced Glycation End Products ) traduzindo, Produtos Finais da Glicação Avançada.
Mas afinal o que é glicação e o que são os AGEs?
Vamos fazer um retorno no tempo e nos localizar em 1912 quando o pesquisador Louis Maillard, fazendo pesquisas sobre as causas da deterioração dos alimentos e intrigado com a cor marrom que se apresentava nos mesmos ao envelhecer, descobriu o papel do açúcar nesse processo. A mudança de cor dos alimentos se devia a uma reação não-enzimática entre açúcares e proteínas e o produto final dessa reação tomava essa cor sofrendo alterações profundas na sua integridade e nas suas funções. Essa reação ficou conhecida como fenômeno da glicação ou reação Maillard. As primeiras publicações na literatura médica sobre o tema eram restritas ao diabetes, pois imaginava-se que a glicação era um processo exclusivo de quem era diabético.
Agora, em pleno século XXI, a glicação das proteínas é uma das teorias mais aceitas para a explicação do envelhecimento, pois hoje se sabe que a glicação não é exclusiva dos diabéticos e sim uma disfunção metabólica que pode acontecer com não-diabéticos e que está na origem de vários problemas de saúde comuns no processo de envelhecimento como mal de Alzheimer, osteoporose, aterosclerose, glaucoma, degeneração macular, entre outros.
Explicando o passo a passo da glicação
Tudo começa com o açúcar...
Em nosso organismo, todas as moléculas de glicose podem existir de forma circular ou linear. Quanto mais açúcar e amido consumirmos, mais glicose circulará no sangue.
De uma forma mais didática, vamos dizer que os açúcares circulares são os “bons” e os lineares são os “maus” açúcares. Com o pH normal do organismo (condições fisiológicas