Farinhas e gorduras de origem animal
Introdução
Cláudio Bellaver 1
O enfoque atual dado à cadeia de carnes implica que a carne comercializada nos balcões frigoríficos de supermercados e casas de carne é o resultado do que foi produzido nos sistemas de produção animal e beneficiados pelos frigoríficos e abatedouros. Portanto, além das práticas zootécnicas, as tecnologias de transformação dentro das indústrias da carne e de rações guardam estreita correlação com a qualidade da carne e seus derivados. Sempre, ao falar-se em qualidade, é preciso defini-la quanto aos interesses do consumidor ou sociedade, do varejista, das indústrias frigoríficas e de rações e do produtor; elos importantes da cadeia de carnes. Especificamente na área de alimentação animal, os macro ingredientes de maior impacto econômico na formulação de rações são o milho, a soja e seus subprodutos e, as farinhas e gorduras de origem animal. As farinhas de origem animal (FOA) têm sido estudadas sob vários aspectos havendo bom conhecimento sobre as mesmas e suas implicações na nutrição animal, na economia e nos aspectos sanitários e ambientais. Seu uso na formulação de dietas de não ruminantes é facilitado por conterem vários nutrientes em quantidades apreciáveis e pelo relativo baixo custo em relação ao farelo de soja. Entretanto, as FOA têm sido questionadas nos últimos anos devido aos riscos que poderia conter. Em meados de 1997, a comissão européia organizou uma conferência científica com representantes de toda cadeia de produção e consumo de carnes para discutir o assunto produção e consumo das FOA em rações animais. O foco da discussão baseou-se em três princípios: a) fontes/origens seguras das matérias prima, b) processamentos seguros e c) uso seguro na produção animal. Há amplas possibilidades de melhorias nos processos de produção das FOA, passando a tratá-las como ingredientes e não commodities, cujo comércio, dispensa maiores cuidados sobre qualidade nutricional e sanitária. Por isso,