Fandango paranaense.
Compreender o fandango enquanto uma manifestação integrante da cultura brasileira e com características próprias no Paraná a partir de sua origem e caracterização configura-se como objetivo deste estudo, que parte, inicialmente, da obra "Fandango", de Fernando de Azevedo (1978). Trata-se de uma pesquisa histórica, alicerçada por contribuições advindas do contato com o Grupo Folclórico Mestre Romão de Paranaguá - PR. Compreendido como uma festa típica dos habitantes da faixa litorânea do Estado, bastante presente em regiões como Antonina, Guaraqueçaba, Morretes, Ilha de Valadares. Contudo, alguns dados nos levam a pensá-lo não enquanto uma manifestação advinda de Portugal ou Espanha, mas resultante da fusão e interação destras culturas, aliado às condições brasileiras. Por sua característica peculiar e pelo fato de não ser encontrado em outras regiões do país da forma como sobrevive no Estado é que consideramos o fandango como uma legítima manifestação cultural paranaense, de grande força expressiva e simbólica.
Parte instrumental
O acompanhamento musical é feito com duas violas, uma rabeca e um pandeiro rústico, chamado adufo e maxixe. As Violas possuem geralmente cinco cordas duplas e mais meia corda, a que chamam turina e são construídas de madeira denominada caxeta com requintes de acabamento artístico. A Rabeca tem três cordas, ou às vezes quatro. É também feita de caxeta, esculpida em madeira maciça, tendo o braço e o arco de canela preta ou cedro. O Adufo é coberto com couro de cotia ou de mangueiro (cachorro do mangue) sendo de salientar a superioridade do couro da cotia. Os cantos a duas vozes são “tirados” pelos violeiros, que reproduzem versos tradicionais ou improvisam letras circunstanciais.
A dança e suas características
As coreografias, uma grande roda ou pequenas rodas fileiras opostas, pares soltos e unidos. Os passos podem ser valsados, arrastados,