Familia
O exercício profissional de enfermagem não está centrado apenas nas relações interpessoais entre um enfermeiro e uma pessoa, mas estende-se, também, à família e comunidade.
A família é considerada a unidade básica da sociedade e o espaço social primário, onde esta se desenvolve e as relações de proximidade e compromisso são intensas. Pode ser entendida como um complexo sistema de relações e interacções entre os seus elementos e o meio envolvente; a sua dinâmica influencia cada indivíduo no seu próprio desenvolvimento e, de certa forma, reflecte a situação e época social em que se vive. O desenvolvimento familiar pode ser entendido na perspectiva do ciclo de vida, em que a família é tratada como um sistema que se desloca continuadamente ao longo dos tempos vivenciando diferentes etapas no seu desenvolvimento. Será neste espaço familiar que a vida nasce da relação entre um homem e uma mulher, onde a vida se educa e onde cresce a todos os níveis, (afectivo, social, cultural e mesmo espiritual), até que se atinja a plenitude da vida de todos os seus elementos.
Durante as várias etapas de vida familiar podem ocorrer mudanças significativas na vida de um membro da família, levando-o a deparar-se com limitações, frustrações e perdas. No seu processo de desenvolvimento, a família está sujeita a várias situações de pressão interna ou externa e depara-se com acontecimentos, uns previsíveis ou normativos (nascimento de filhos, adolescência, saída dos filhos de casa ou morte esperada) e outros inesperados ou imprevisíveis (acidentes, desemprego ou doença súbita), geradoras de stress (Alarcão, 2000). Essas mudanças podem ser diversas, mas a doença parece ser uma das mais consideráveis, podendo ser definida pelo tipo de gravidade, a forma como se manifesta e como evolui, além do significado que o doente e a família lhe atribuem.
A família é a unidade básica da organização social, representando o “habitat” privilegiado para a educação, crescimento,