Familia
A filosofia e a família tema andado desencontradas ao longo da história da Filosofia e da Humanidade.
O centro do pensar filosófico, nos seus primórdios, era o cosmos: a totalidade do mundo físico, a grande máquina do universo, desde o céu estrelado até às profundezas do oceano e das entranhas da Terra.
Chegam os socráticos e esse centro se desloca em direção à polis
(esse
cosmos ou ordem promovida pelo homem social), e em direção da alma
(esse
microcosmos ou miniestado, cuja complexidade era regida pela ética, como a
‘polis’ era regida por sua constituição).
A família e o surgimento da humanidade
Há consenso de que a sociedade humana foi precedida por sociedade sub-humanas, por hordas de primatas, de que a espécie humana provém. É muito interessante a tese de Levi-Strauss que caracteriza a passagem da natureza para a cultura, das hordas sub-humanas à sociedade humana propriamente dita, pela constituição da família. Quando o grupo deixou de ser horda promíscua, sob os caprichos de um macho dominante e se constituiu em unidades exógamas, organizadas sob uma norma que, proibindo o incesto, punha as mulheres de um grupo à disposição de outros grupos, assim a relação de pais e filhos, de irmãos e irmãs se pôde estabelecer; e, por mecanismos de aliança, os grupos consangüíneos puderam ir tecendo a tela de sociedades cada vez mais numerosas e complexas. O ser humano é fruto dessa organização cultural que lhe faz ter um pai e uma mãe, que tem deveres para com eles aos quais deve respeito e obediência, dos quais recebe não só a vida biológica mas também as normas e aquisições da cultura e da sociedade.
E é um ser que tem irmãos, não somente pessoas do mesmo sexo ou de outro sexo, ao seu redor, da mesma geração, mas seres unidos por laços de educação comum, de obrigações de partilha, por laços afetivos e de cooperação generalizada
A família, ponto germinativo da